Loading…

A imigração forçada de crianças: da colonização da América portuguesa no século XVI ao Estado de bem-estar social menorista do século XX1

Resumo: O artigo realiza uma análise histórica que perpassa três contextos: a) a colonização da América Portuguesa; b) o processo imigratório que se inicia no século XIX; e c) a política do Estado de bem-estar social do século XX. Os meninos como pajens e grumetes e as meninas como órfãs do rei fora...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published in:Tempo (Rio de Janeiro, Brazil) Brazil), 2022-12, Vol.28 (3), p.118-137
Main Authors: Fernandes, Maria Nilvane, Costa, Ricardo Peres da, Lara, Angela Mara de Barros, Cabrito, Belmiro Gil
Format: Article
Language:Portuguese
Subjects:
Online Access:Get full text
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:Resumo: O artigo realiza uma análise histórica que perpassa três contextos: a) a colonização da América Portuguesa; b) o processo imigratório que se inicia no século XIX; e c) a política do Estado de bem-estar social do século XX. Os meninos como pajens e grumetes e as meninas como órfãs do rei foram presença constante nas embarcações dos séculos XVI e XVII. No século XIX, eles imigravam com suas famílias, como parte da política segregadora eugenista, que buscava o embranquecimento do país. No século XX, esse processo tomou como forma a ampla institucionalização de menores com vistas a conter os conflitos sociais. Para milhares de crianças, o Estado de bem-estar social foi uma política que as retirou de suas famílias e as inseriu no trabalho forçado. Assim, a existência de tráfico de pessoas por motivos econômicos e eugênicos não é algo recente, mas um processo vivenciado em outros momentos históricos, que continuou durante o século XX, não apenas na América Latina, mas também em países europeus como resultado da política de salvação da infância e do movimento parens patriae1 . Abstract: The article carries out a historical analysis that crosses three contexts: a) the colonization of Portuguese America; b) the immigration process that began in the 19th century; and c) the policy of the 20th century welfare state. Boys as pages and cabin-boys and girls as orphans of the king were a constant presence on ships in the 16th and 17th centuries. In the 19th century, they immigrated with their families, as part of the eugenics segregation policy, which sought to whiten the country. In the 20th century, this process took the form of the broad institutionalization of minors with a view to containing social conflicts. For thousands of children, the welfare state was a policy that took them out of their families and into forced labor. Thus, the existence of human trafficking for economic and eugenic reasons is not something recent, but a process experienced in other historical moments, which continued during the 20th century, not only in Latin America, but also in European countries as a result of the policy of salvation of childhood and the parens patriae movement.
ISSN:1413-7704
1980-542X
1980-542X
DOI:10.1590/tem-1980-542x2022v280306