Loading…

Misticismo do cálculo e a ascese consumista: razão e fé no "crer sem pertencer" e no neopentecostalismo

A cultura do cálculo engendra duas formas de individualização: 1) o isolamento do indivíduo como "peça" nos processos formalizados (nos repetitivos ciclos do consumo e na lógica organizacional da burocracia), o qual coloca a consciência numa condição de heteronomia; 2) a liberdade do homem...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published in:Religião e sociedade 2010-07, Vol.30 (1), p.81-100
Main Author: Totaro, Paolo
Format: Article
Language:English
Citations: Items that this one cites
Items that cite this one
Online Access:Get full text
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:A cultura do cálculo engendra duas formas de individualização: 1) o isolamento do indivíduo como "peça" nos processos formalizados (nos repetitivos ciclos do consumo e na lógica organizacional da burocracia), o qual coloca a consciência numa condição de heteronomia; 2) a liberdade do homem decorrente da possibilidade de controlar a natureza física e social, que desenvolve uma condição de autonomia da consciência. Na última vertente, o cálculo acaba por lidar com seus próprios limites e, portanto, está destinado a agir no limiar do misticismo. As duas principais formas de desinstitucionalização religiosa de nossos dias, quais sejam, a representada pelos movimentos neopentecostais (de recorte consumista) e a chamada "secularização encantada" (de recorte místico), remontam àquelas duas forças individualizantes da cultura do cálculo. The calculation culture engenders two forms of individualization: a) isolation of individuals in steps of formalized processes, i.e. in repetitive cycles of consumption and in organizational logic of bureaucracy; which puts self in a condition of heteronomy. b) freedom of men to obtain the possibility to control physical and economical nature by mathematical calculation, which develops a condition of autonomy of the self. In this latter form, the calculation ends up matching its own limits so that it is destined to act on the border-line of mysticism. The most important present-day forms of religious deinstitutionalization, which were the neo-pentecostal movements (with their consumerist accents), and the so-called "enchanted secularization" (with its mystic horizons), refer to those two forces of calculation culture.
ISSN:0100-8587
0100-8587
DOI:10.1590/S0100-85872010000100005