Uma teoria do verso: amor e catástrofe

Resumo A partir de uma abordagem pelo desencaixe, pela disjunção, pela desarticulação, ou, ainda, pela suspensão, pela interrupção, por um ponto de crise, propõe-se articular princípios em comum que comparecem em teorias sobre o amor, sobre o tempo e sobre o verso. É possível associar a leitura do v...

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Published in:Alea : estudos neolatinos 2020-12, Vol.22 (3), p.196-212
Main Author: Magalhães, Danielle
Format: Article
Language:eng
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Description
Summary:Resumo A partir de uma abordagem pelo desencaixe, pela disjunção, pela desarticulação, ou, ainda, pela suspensão, pela interrupção, por um ponto de crise, propõe-se articular princípios em comum que comparecem em teorias sobre o amor, sobre o tempo e sobre o verso. É possível associar a leitura do verso como um “lance”, desde Um Lance de Dados de Mallarmé, à leitura que Jacques Lacan faz do amor em Encore? Poderíamos ler o salto do verso como o anjo da história de Benjamin, que é impelido para frente, mas se volta para trás encarando fixamente a catástrofe? Ir ao verso é ir ao tempo em sua crise, em sua fratura, em sua disjunção, tal como pensaram Agamben, Benjamin, Derrida? Essas são as direções pelas quais este artigo propõe ler, no gesto disjuntivo do verso, erotismo e luto, amor e catástrofe. Résumé D'une approche par le désengagement, la disjonction, la désarticulation, voire la suspension, l'interruption, un point de crise, il est proposé d'articuler des principes communs qui apparaissent dans les théories sur l'amour, sur le temps et sur le vers. Est-il possible d'associer la lecture du vers comme un “coup”, d'Un coup de dés, de Mallarmé, à la lecture d'amour de Jacques Lacan dans Encore? Pouvons-nous lire le saut dans le vers comme l'ange de l'histoire de Benjamin, qui est propulsé en avant, mais se retourne, regardant la catastrophe? Aller au vers va-t-il au temps dans sa crise, dans sa fracture, dans sa disjonction, comme le pensent Agamben, Benjamin, Derrida? Ce sont les directions dans lesquelles cet article se propose de lire, dans le geste disjonctif du vers, l'érotisme et le deuil, l'amour et la catastrophe. Abstract From an approach through disengagement, disjunction, disarticulation, or even suspension, interruption, a crisis point, this paper intends to articulate common principles that appear in theories about love, about time and about verse. Is it possible to associate the reading of verse as a “coup”, from Un coup de dés, by Mallarmé, to Jacques Lacan's reading of love in Encore? Could we read the leap in the verse like Benjamin’s angel of history, who is propelled forward but turns back, staring at the catastrophe? Is going to the verse like going to time in its crisis, in its fracture, in its disjunction, as thought by Agamben, Benjamin, Derrida? These are the directions in which this article proposes to read, in the disjunctive gesture of verse, eroticism and mourning, love and catastrophe.
ISSN:1517-106X
1807-0299